Portugal é rico em cultura, em património histórico aberto ao público a preços muito razoáveis, sobretudo para quem vem de fora, visitar do nosso país, um pouco mais do que as praias do Algarve. É verdade! Há muito boa gente interessada em algo mais que praias e vida nocturna. Estes turistas afluem dos mais variados cantos do mundo, por autocarros inteiros, visitam museus e monumentos, um património rico e diversificado. Onde a Direcção Geral do Turismo (DGT) comece a falhar, é no pacote de leis sobre o regulamento da actividade turística em Portugal.
Na prática e por citar um exemplo, um autocarro cheio de Espanhóis terá de deixar o seu próprio guia turístico a porta dos museus, porque em Portugal, apenas guias com carteira profissional e com licenciatura obtida em Portugal pode efectuar a visita guiada de um museu. Se até é fácil encontrar um guia turístico certificado, com licenciatura obtida em Portugal e que fala espanhol, já é mais complicado obter um que fala russo ainda por cima, porque até prova em contrário só existem dois para todo o país. Pois bem, o nosso turista russo, desejoso de visitar as maravilhas de Portugal, terá necessariamente de entender o Inglês, mesmo que traga com ele um guia que não só fale perfeitamente o russo e tem mais do que suficiente credenciais para efectuar a visita de um museu. Mas por que é que os turistas não aprendem português antes de visitar Portugal???
Na realidade até se entende a motivação da DGT, no sentido de prestar ao turista um serviço de qualidade, mas os efeitos obtidos são exactamente o contrário do pretendido. A DGT e o ICEP, pela falta de vontade - consciente ou não - de promover este país, estão a descartar um mercado potencial com 5 milhões de novos-ricos, desejosos, após anos de isolamento, de visitar todos os cantos desse mundo.
Obviamente a semelhança do que acontece em Portugal, as empresas da área não olham para as considerações legais e não descartam de uma mana tão importante de potenciais rendimentos. Existe na área do turismo, uma mercado paralelo, obscuro e ilegal, gerido por uma mão cheia de empresas. São contratados guias, formados ou não, sem carteira profissional, oriundos de países como a Ucrânia, que auferem um salário em muito inferior àquele definido na lei para a actividade de guia turística, a prestar um serviço que a própria DGT quis manter deficiente, provocando o efeito contrário ao aumento da qualidade desejado, criando mais um pouco de precariedade num mercado de trabalho doente.
Como resultado secundário destas práticas, alias, pouco controladas pela actividade fiscal de que tanto se fala hoje em dia, está a concorrência directa gerada sobre aqueles que tentam trabalhar na legalidade. Estes, os legais, praticam preços necessariamente superiores, pagam IVA e impostos, mas acabarão mais cedo ou mais tarde por desaparecer.
sexta-feira, 18 de janeiro de 2008
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